MAR cria oportunidades para marinheiros portugueses

O desenvolvimento do Registo Internacional de Navios da Madeira (MAR), nos últimos anos, tem contribuído directamente para o crescimento da frota mercante portuguesa e tem vindo a gerar oportunidades de estágio e de trabalho para jovens marítimos nacionais.

É o caso recente do armador alemão Carsten Rehder, com navios registados no MAR, que contratou sete jovens marinheiros portugueses, formados na Escola Naval (ENIDH). Fundada em 1903, a Carsten Rehder, empresa familiar com sede em Hamburgo, na Alemanha, opera atualmente 28 navios porta-contentores, muitos deles registados no MAR, navegando com bandeira portuguesa e o nome da Madeira inscrito no casco.

No âmbito deste projecto, os jovens marinheiros deverão iniciar um programa de treinos a partir de Setembro, dando corpo a uma iniciativa que pode proporcionar condições para iniciar uma carreira em navios de companhias internacionais. A expectativa das entidades envolvidas e dos próprios marinheiros é que oportunidades como esta se possam repetir com futuros recém-formados.

Para a S.D.M., entidade responsável pela gestão e promoção do Registo Internacional de Navios da Madeira e para a Euromar, empresa de capitais alemães sedeada em Portugal que detém uma parceria comercial e que colabora com a S.D.M. na promoção do MAR em diversos mercados, estas contratações demonstram de forma muito concreta que o MAR pode ser um instrumento gerador de emprego, tanto na Região como no País, em áreas específicas como as que são ligadas aos oceanos e à navegação.

Os testemunhos de alguns dos jovens marinheiros envolvidos neste projecto é revelador das realidades e das potencialidades que o MAR pode significar ao nível da formação nacional para marítimos portugueses.

Da esquerda para a direita: José Silveira; Eduardo Ramos; Daniel Marquinhos; Pedro Gameiro; Jorg Molzhan

Eduardo Ramos, um dos jovens contratados, lembra o espírito geral dos jovens marinheiros quando refere que está “expectante e com vontade de entrar já a bordo”. “Uma vez que não existem muitas companhias em Portugal disponíveis para treinar jovens cadetes, esta oportunidade é única para todos nós. Estamos, de facto, muito gratos à S.D.M., à Euromar e à Carsten Rehder pelo apoio”, acrescentou Ramos, sem esquecer que nos nossos dias, “nos mercados internacionais, os cadetes portugueses têm de competir com cadetes de várias nações". Por isso, sublinha que "o sucesso da expansão da frota portuguesa, através do MAR,
aumenta as nossas chances de sermos bem sucedidos e de conseguir emprego”. “Um dia, espero ter a experiência necessária para poder comandar um grande navio”, concluiu.

José Silveira, outro dos jovens profissionais portugueses, também ele formado na ENIDH, trabalha actualmente para a Euromar, recorda que após ter sido formado em Portugal teve dificuldade em encontrar colocação profissional. "Hoje em dia não é uma tarefa fácil encontrar trabalho no mar, no entanto, a tarefa pode tornar-se mais acessível na medida em que a frota portuguesa for aumentando”, explicou. “É fundamental lembrar que, no futuro, Portugal só poderá tirar partido de todo o potencial resultante dos oceanos e dos seus recursos marítimos dispondo de um conjunto assinalável de homens do mar devidamente treinados e capacitados". Pelo que, acrescenta, "abrir portas para que mais jovens nacionais sejam formados em grandes companhias internacionais é também preparar o futuro".

Recorde-se que, segundo os dados da evolução do MAR referentes ao fim do primeiro semestre de 2015, o Registo confirma e consolida o crescimento que tem vindo a assinalar nos últimos anos, bem como a sua posição perante os maiores registos internacionais de navios da União Europeia, sendo de salientar que em 2014 foi o registo europeu com maior subida percentual.